Texto por Laís Lima, João Pedro Durán e Dejan Meireles
Alguns estudos nos últimos cinco anos compararam o otimismo dos baby boomers, da geração X, da Y e da Z em relação às mais diversas questões: carreira, pandemia, sociedade, etc. E apesar de os temas serem variados, um resultado parece ser recorrente: nós, jovens nascidos entre 1995 e 2010 – a geração Z – sempre aparecíamos como os mais pessimistas em relação às demais gerações.
Mas como poderíamos ser otimistas? Crescemos em conflito, em um mundo globalizado e informatizado que nunca nos deixou esquecer que, embora se em algum momento parecesse estar tudo bem por aqui, havia guerra, desigualdade, fome e instabilidade acontecendo a todo momento em algum outro lugar do Brasil ou do mundo. Não vivemos as esperanças das revoluções, nem as consolidações das democracias, ou a conquista dos direitos. Ao invés disso, vimos emergir uma distopia em potencial: hoje, a verdade é subvertida, fazendo com que qualquer ideia, por mais absurda que seja, possa ser tomada por verdade. E, se tudo pode ser possível, nada mais pode ser sólido.
Assim, assistimos às desigualdades se consolidando, às injustiças ganhando respaldo, aos recursos naturais sendo consumidos como produtos, às democracias se tornando mais frágeis, enquanto os direitos se tornam mais subjetivos e influenciados pela lógica do capital. Não sabemos se “tudo isso’’ irá realmente algum dia acabar. Nos acostumamos com as mudanças abruptas, mas somos norteados por incertezas.
A resistência inspirada nos antigos e as falas dos grandes mestres nos incentivam a continuar, mesmo sem saber bem aonde vamos chegar. Nos perguntam qual mundo iremos deixar para os nossos netos, mas não percebem esse mundo que foi deixado para nós.
Sobre os autores:
Laís de Azevedo Paiva Lima é graduanda em Arquitetura e Urbanismo na ESDI/UERJ e bolsista de extensão do projeto Rua em Transe.
João Pedro Durán é graduando em Design na ESDI/UERJ e bolsista de extensão do projeto Rua em Transe.
Dejan Meireles de Andrade é graduando em Design na ESDI/UERJ e bolsista de extensão do projeto Rua em Transe.
Eduarda Rios é Geminiana, UX Designer (Esdi), apaixonada por ilustração e histórias que o povo brasileiro tem para contar (fofoqueira). Durante a pandemia começou a estudar programação. Foi um caminho sem volta! Mestranda na Esdi. Pretende continuar os estudos no em UX e programação. Guardará com carinho a sua primeira iniciação científica, onde conheceu pessoas incríveis e pode criar uma pequena rotina durante a pandemia.